07 April 2007

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"Touro de corrida"
"Bicho cabeçudo"
"Sapo maroto"
Estas três peças são peças de suspensão

"O peru e a cardina"
Esta peça foi concebida para ser vista deitada tal como o nome sugere.
Conto de Ricardo Casimiro escrito após ter feito esta peça.


"O peru e a cardina"

Antigamente os perus embebedavam-se na véspera de Natal. Era cruel mas sofriam menos na morte e a carne ficava mais tenra. Dizem... Depois de mortos eram dignamente preparados quais faraós ficando de molho doze horas com rodelas de laranja para a seguir irem ao forno durante três a cinco horas. Tinham um funeral digno de rei com direito à melhor e alva toalha de renda, ao serviço especial da Vista Alegre ou outra. A faca e o garfo de trinchar faziam a sua aparição anual. Eram regados com bons vinhos e espumante.

Hoje em dia são totalmente banalizados acabando em bifinhos, ou pior, cortados aos cubos entalados entre cebola e pimento, comidos em reles espetadas numa qualquer tasca de esquina com toalha de papel, em prato normal, regados com carrascão ou Imperial. Na realidade sem bebedeira nem dignidade.

Eu sei do que estou a falar porque lá em casa quando eu era miúdo era eu quem embebedava o peru com um funil e aguardente. Uma golada para o peru um cheirinho para mim às escondidas da minha mãe. O dito cujo só ia à faca quando já não se aguentava de pé. Para os perus que eu embebedei foi uma perua de morte. Para mim foi o princípio de muitas peruas.




1 comment:

Anonymous said...

Boa Noite. Interessante as suas peças de cerâmica. O Touro, a personificação do sacrificio tantas vezes usado pelos deuses antigos. Emblema de fertilidade por um lado e força por outro. Com ele temos o labirinto do Minotauro, zeus que ousou transfigurar em Touro para conquistar a Europa, e dela deu à luz Minos e Radameto.
Também, não podemos esquecer as festas bravas, as touradas onde o Touro continua a ser o animal sacrificado.
Um belo mote.
Um abraço
A.M